A hora e a vez das mulheres

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Conheça histórias de colaboradoras que estão na linha de frente da quebra de preconceitos

Nós, homens, temos que pedir desculpas para as mulheres por tudo que já fizemos com elas ao longo do tempo. Até por causa dessas dificuldades, elas são muito inteligentes e criativas.

A constatação do fundador da Paraibuna Embalagens, Heitor Villela, deixa evidente o reconhecimento que a empresa fundada por ele tem pelas colaboradoras. Tanto que é crescente o número de mulheres contratadas nos últimos anos. Por acreditar e apostar na competência feminina, a fábrica está abrindo espaços em funções que antes eram oferecidas apenas aos homens. 

Histórias de superação estão por toda parte, como da operadora de máquina, na unidade de Sapucaia, Isabelle Martins Pitzer. 

Comecei na Paraibuna em 2008, em um momento em que os gestores da época só queriam homens, mas pedi a um chefe, chamado Rogério, para que levasse meu currículo. Fiquei surpresa ao ser chamada para uma entrevista. Havia somente homens. Eu era a única mulher e fui escolhida para a vaga de inspetor de Qualidade.
Sempre fiz meu trabalho com muito cuidado, mas tinha vontade e interesse de operar uma impressora. Até que, no ano passado, recebi o desafio de aprender a operar a tão sonhada máquina. Estou quebrando paradigmas, e sendo reconhecida pela empresa nesta nova missão. Me sinto realizada e disposta a continuar crescendo.

Seu sentimento é compartilhado com a operadora de empilhadeira, Tamires Aparecida de Melo Campos, operadora de empilhadeira, na fábrica de Juiz de Fora. Ela, que veio de uma cidade pequena, garante que recebe todo apoio e acolhimento que precisa dos colegas de profissão. Por isso, quando questionada sobre quem é sua maior inspiração profissional, ela não tem dúvidas em responder que são todos que trabalham com ela no setor. 

Ser mulher é um negócio muito difícil, porque enfrentamos muitas dificuldadeao longo da vida. Aqui, na Paraibuna, sou a única que trabalha na empilhadeira. É motivo de muito orgulho, porque sou muito dedicada, procuro fazer tudo com a maior perfeição e dedicação. Acreditei no sonho e a Paraibuna abriu as portas para eu poder realizá-lo.

Operadora de produção na unidade de Sapucaia, Laila da Cunha Messias é mais uma mulher que faz parte do passado e do presente da Paraibuna Embalagens. Ela já havia trabalhado na empresa e voltou, em 2022, a compor o time de colaboradores.  Para ela, ser mulher é um desafio diário com grandes recompensas. 

Preciso me desdobrar com as tarefas de esposa, mãe e profissional. Não é fácil exercer funções tão distintas, mas no final de tudo é gratificante e motivo de orgulho pessoal. O que me dá força extra e motivação são meus filhos. É por eles que busco sempre ser melhor. Nós, mulheres, não podemos desistir com os desafios, já que todas somos capazes de ser e fazer tudo aquilo que quisermos. Com nossa delicadeza e força de trabalho podemos mudar o nosso entorno.

Todos os dias ela levanta às 4h30 com a maior disposição e garra para trabalhar e garantir um futuro para a sua família. Assim é a rotina da inspetora de Qualidade, Adriana Andrade, que está na empresa há um ano e cinco meses, mas garante que nem viu o tempo passar. 

Não temos limites para sonhar e realizar os nossos desejos. Por isso, podemos mergulhar em qualquer lugar e profissão. Procuro sempre ajudar a todos aqui na empresa. Já dobrei até lona. Os homens sempre dizem que não preciso fazer, mas enquanto eu tiver forças, farei tudo que estiver ao meu alcance.

A catadora Vera Lúcia de Morais, que trabalha na Cooperativa Elizabeth em Sapucaia, também esteve no evento e agradeceu a oportunidade de poder estar rodeada de mulheres fortes e guerreiras. 

Orgulho por trabalhar com reciclagem

Elas não trabalham diretamente na Paraibuna Embalagens, mas são fundamentais para o negócio. Reunidas em associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, Jaqueline Bárbara Costa Fonseca pediu demissão do emprego com carteira assinada, para se dedicar junto com a família à Associação de Catadores Coleta Seletiva, em Juiz de Fora, e Vera Lúcia de Morais, única mulher na Cooperativa Elizabeth, de Sapucaia (RJ), são exemplos da determinação feminina. 

Jaqueline não esconde o orgulho ao falar sobre a entidade que ela dirige junto com o ex-marido. Hoje ela cuida das redes sociais, de todos os pagamentos e ainda faz a seleção dos materiais que chegam. A associação possui dez colaboradores e aposta no jeito de se apresentar ao cliente como um diferencial, além do trato responsável com o que recebem, porque muitas vezes recolhem documentos pessoais. Mãe de dois meninos e uma menina, ela sabe do que a filha precisa para crescer no mundo, onde há tanta desigualdade de gênero.

Eu sempre falo: nunca perca o respeito que há em você. O mesmo respeito que minha mãe me passou estou passando para ela. A dureza que eu tinha antes se transformou em algo para ela ser uma mulher mais amorosa e, ao mesmo tempo, pura. Desejo muito que ela seja uma mulher imponente e que dê muito emprego para as pessoas. Ela não quer ficar na reciclagem. Já tem seus próprios sonhos e quer ser esteticista. Quero realizar os sonhos dos meus filhos para que sejam pessoas de respeito.

Elas não trabalham diretamente na Paraibuna Embalagens, mas são fundamentais para o negócio. Reunidas em associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, Jaqueline Bárbara Costa Fonseca pediu demissão do emprego com carteira assinada, para se dedicar junto com a família à Associação de Catadores Coleta Seletiva, em Juiz de Fora, e Vera Lúcia de Morais, única mulher na Cooperativa Elizabeth, de Sapucaia (RJ), são exemplos da determinação feminina. 

Mulher preta, mãe solo, Vera Lúcia de Morais não esconde os desafios que enfrenta em trabalhar com reciclagem, mas garante que cada dia é uma vitória. Por isso, tem muito orgulho de falar sobre o que faz.

Confesso que, no começo, me sentia constrangida com o meu serviço, pensando o que as pessoas achariam. Mas, hoje, posso dizer que sou muito feliz no que faço. Sinto orgulho e prazer no meu trabalho. Sou a única mulher da cooperativa, mas sou respeitada pelos meus amigos. Conquisto cada dia mais a minha independência. Sustento meu filho sozinha com o suor do meu trabalho e a cada dia me torno uma mulher mais forte e determinada.

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